sábado, 19 de março de 2016

Roda de Conversa - Capoeira e cultura afro brasileira: identidade, patrimônio, formação


O que é cultural tem história, e essa história pode estar sendo recente de tal maneira que o se faz hoje e agora pode pôr em xeque seu desenvolvimento e até mesmo existência. O ano de 2016, sobretudo aqui no Rio de Janeiro, está sendo de expectativas, mas também de discordâncias e conflitos sobre as Olimpíadas. O tema esporte está sendo bastante comentado.
            Esporte é entendido como uma prática de alguma atividade que passou por um veredito para dizer se tem legitimidade enquanto normas, logo precisa de um enquadramento, limitação, que pode invisibilizar décadas e até mesmo séculos de história. Isso contraria toda liberdade, desenvoltura e resistência da Capoeira.
            A partir dessa grande problemática, foi feita, no dia 11/03/2016, na UFRRJ_IM, pelo Grupo de Pesquisa Patrimônio Imaterial Cultural Afro-Brasileiro (GPPICAfro),  em parceria com o PET Conexões de Saberes,  uma roda de conversa sobre a Mobilização Nacional contra a Esportivação da Capoeira contando com a participação do  Paulo Henrique Menezes da Silva – mestre de capoeira, pesquisador convidado do Laboratório de Etnografia e Estudos e Comunicação, Cultura e Cognição (LEECCC/UFF), membro do Grupo de trabalho da Salvaguarda da Capoeira do Instituto do Patrimônio Artístico Nacional, Conselheiro Nacional de Política Cultural Imaterial, presidente da Liga Gonçalense de Capoeira, vice-presidente da Associação de Capoeira Filhos do Kikongo, criador do Berimblog e da Radio Capoeira –, Celinalda Mesquita Santana – professora da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro e rede municipal de São Gonçalo, especialista em Administração e planejamento da educação (UERJ), professora de Capoeira (A.C. ANGONAL), diretora pedagógica da Liga Gonçalense de Capoeira, membro da Rede Nacional de Ação pela Capoeira –, e Nielson da Rosa Bezerra, estudioso da diáspora africana na Baixada Fluminense.
Com a fala dos convidados ficou evidente que precisamos de um posicionamento político sobre a temática, pois as leis e diretrizes devem passar por debate e não ser impostas à comunidade que, como Celinalda afirma, é desconsiderada desse diálogo. Outro ponto interessante que ela ressaltou foi a Capoeira enquanto existência prática, há um cotidiano de pessoas que vivem a partir dela, e embora as políticas culturais estejam ausentes, exista um "vazio de equipamento", "o mestre chega lá".
            Mestre Carlão começou sua fala fazendo ressalva à conquista obtida pelo reconhecimento simbólico da Lei nº 5577, de 20 de novembro de 2009:


A Posse do Conselho de Mestres de Capoeira pode no vídeo abaixo.

Ele reintegra: “o Estado não faz”, então "o mestre de capoeira precisa apropriar".
O terceiro e último convidado foi Nielson da Rosa Bezerra, que chamou a atenção para o emponderando dos mestres, para que eles mantenham a reivindicação de seus diretos e reconhecimentos. Também fez uma paralelo dos conhecimentos da capoeira e dos conhecimentos escolares/acadêmicos quando observou que um mestre de capoeira leva em torno de 20 anos para se formar, o que é um tempo de vida, e ser “reconhecido” da maneira como estão querendo (como modalidade esportiva) “empobrece a escolarização da capoeira”, além de tentarem delimitar o que é. Concluiu dizendo:  "é muito mais amplo do que isso",  a questão "não é contra o esporte, mas, sim, dizer que é só isso".

Para assinar o abaixo-assinado contra a aprovação da Capoeira enquanto modalidade esportiva, clique aqui.


Por: Camila Domingues 
Fonte: GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, Lei 5577/09 | Lei nº 5577, de 20 de novembro de 2009: <http://gov-rj.jusbrasil.com.br/legislacao/820300/lei-5577-09>. Acesso em 19/03/2016.

terça-feira, 15 de março de 2016

Programa semanal da Rádio Nacional tem Baixada como tema


Atração semanal da Rádio Nacional apresenta o programa de variedades Todos os Ramais - nos trilhos do Grande Rio sobre a Baixada Fluminense/RJ.


Atração semanal da Rádio Nacional, o programa Todos os Ramais - nos trilhos do Grande Rio apresenta o “caldeirão cultural” da Baixada Fluminense, abordando arte, cultura, meio ambiente e patrimônio, num programa com a participações de atores da região.

Na edição de estreia do programa, o jornalista Marcos Gomes, coordenador da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, conta que a ideia surgiu a partir da queda da audiência na região da Baixada Fluminense. Observando o que se apresentava sobre a região, as informações eram sempre as mesmas “convencionais”: violência, miséria, carência, falta de segurança, falta de saneamento e etc. O jornalista conclui que a 50 anos a Baixada é retratada dessa mesma forma! A partir daí refletiu-se sobre o que faltava na programação da Rádio, e descobriu-se uma produção cultural intensa, variada e criativa na Baixada. Marcos foi atrás dos produtores culturais e através desses contatos percebeu que faltava uma programação preocupada em revelar as ricas produções da região. Em 2015, a Rádio começou a realizar externas em municípios da Baixada e um deles foi realizado em Nova Iguaçu, em nosso Instituto Multidisciplinar - UFRuralRJ, durante a IV Semana da Baixada, principal evento realizado pelo nosso grupo, e com a participação de nosso tutor (confira aqui o programa). No final do ano ficou claro para todos da equipe que eles deveriam dedicar um horário à Baixada Fluminense, de maneira que a região seja vista e ouvida de uma outra forma.

Todos os Ramais é apresentado pela jornalista Luciana Valle, pode ser  acompanhado pela Rádio Nacional, AM 1130 Khz, ou através do site. O programa da Radio Nacional é emitido aos sábados, as 11h, e tem reprises aos domingos, as 23h. Confiram aqui os programas que já foram ao ar.



Confiram abaixo as sinopses dos programas já emitidos

O programa do dia 5 de março, apresentou entrevista conduzida pela jornalista Luciana Valle com a produtora cultural Claudina Oliveira que fala sobre o seu despertar para a produção literária da Baixada e apresenta autores que tratam das belezas, dos valores e das vivências da gente que está na outra margem do rio. Sebastião Raulino, biólogo, especialista em conflitos ambientais, integrante do Fórum dos Atingidos pela Indústria de Petróleo e Petroquímica das Cercanias da Baía de Guanabara traçou um panorama das nossas águas e da degradação das áreas ocupadas.O historiador Gênesis Torres revela como se deu a expansão demográfica e o crescimento da região situada entre o mar e as montanhas, enquanto que Ras Bernardo, músico de Nova Iguaçu que fundou o Cidade Negra há 27 anos, resgata o reggae da Baixada Fluminense que ganhou o Brasil e o mundo. “Todos os ramais – nos trilhos do Grande Rio”, vai ao sempre aos sábados, às 11h, com reprise aos domingos, às 23h.

No programa do dia 12 de março, você fica sabendo como se deu a influência da Igreja Católica na formação das vilas da Baixada Fluminense. O programa tem também entrevista da produtora Dani Francisco, sobre a  importância da produção cultural num cenário de carências de políticas públicas, além da participação do professor Sérgio Fonseca sobre as biografias de  João do Vale, Dominguinhos, Gordurinha e Nelson Cavaquinho, que não são citadas como artistas baixadenses. A história do Centro Cultural Donana, contada pelo músico Dida Nascimento e a poesia de Lirian Tabosa com a produtora cultural Claudina Oliveira. Todos os Ramais também convida o biólogo Sebastião Raulino para conversar sobre a mobilização popular "por uma justiça ambiental na Baixada".


Por: Stephanie Nunes 
Fonte: http://radios.ebc.com.br/todos-os-ramais
http://radios.ebc.com.br/tarde-nacional/edicao/2015-09/tarde-nacional-em-nova-iguacu-estacao-baixada 

quarta-feira, 2 de março de 2016

IV JORNADA do LEAFRO






No decorrer do mês de dezembro do ano passado, especificamente nos dias de 1 a 5, o Laboratório de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas realizou a sua IV Jornada na UFRRJ/IM, com objetivo de propagar os conhecimentos obtidos com as pesquisas e ações de seus diversos colaboradores dentro e fora da Academia.

O PET Conexões de Saberes/IM_Baixada, sendo parceiro do LEAFRO, participou ativamente no desenvolvimento das atividades, que incluía rodas culturais, palestras, apresentações artísticas, feira Ubuntu,
que representam a nossa afrobrasilidade nacional, valorizando a ancestralidade de todo arcabouço histórico desses povos.  Além disso, houve lançamento de livro, encerrando-se, assim, com a plenária no fim da semana.


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